domingo, 18 de novembro de 2012

Quem é a Dona Mula Empacada?

 (Foto: autor desconhecido)
 
Antes de mais nada, acho que é bom conhecer a "árvore genealógica" da Dona Mula Empacada.
A Mula é irmã do Burro.
Eles nascem do cruzamento de uma égua (fêmea do cavalo - Equus caballus) com um jumento (Eqqus Asinus).
Acho que o Universo entendeu que já estava bom e parou por aí. A Mula e o Burro são inférteis. Eles não podem se multiplicar.
Sugestivo, não?
É muito gratificante saber que os filhos da Dona Mula ou do Sr. Burro não são seus filhos. A mula e o burro não podem transmitir geneticamente suas "qualidades" pelo método natural e espero que a ciência não de uma mãozinha. 

Quando eu disse que tinha três faces, foi fácil entender que a Dona Harpia, a águia, representa minha alma, meu espírito.
Mas quem pensou que a Dona Onça representa minha cabeça, ego ou inteligência humana, caiu do cavalo, ou da mula, se preferir assim...
A Dona Onça é o meu corpo: tem uma inteligência selvagem, instintiva, que a leva a pressentir os perigos, a caçar o alimento que precisa e a se colocar a se manter distante dos humanos. Ela sabe sobreviver sozinha, é livre por natureza e mais um monte de qualidade e recursos que eu - Dona Mula Empacada - nem desconfio.

A Dona Mula Empacada é a minha cabeça, a minha inteligência que sempre elogiaram tanto.
Então, falemos um pouco das características da mula.

Independentemente do sexo, esse animal é fisicamente mais parecido com a mãe, ou seja, uma égua, mas consegue herdar do jumento a força e a resistência. Graças a seu formidável equilíbrio, a mula (ou burro) consegue andar por caminhos íngremes nas montanhas, sendo muito útil como animal de carga. "Os burros e as mulas têm como característica principal a forte ‘personalidade’. São animais que exigem muita perseverança e um trabalho específico para serem domados", afirma o veterinário Alexandre Gobesso, da Universidade de São Paulo (USP). http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-a-diferenca-entre-jumento-mula-burro-jegue-e-asno

Descrição mais perfeita da minha cabeça eu não poderia fazer.

Perguntei ao Google sobre a potência de um coice de mula e tudo que descobri é que ele é forte e que a expressão é usada quando se quer falar de uma pancada forte, forte de tirar o fôlego, forte capaz de matar.

Mas a mula também morde e, pelo que andei pesquisando, sua mordida também é suave como seu coice.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dona Perfeitinha - nem vem que não tem!

Taí uma coisa que eu nunca fui: a Dona Perfeitinha.
Quem bateu à minha porta procurando pela Perfeitinha sempre se ferrou.
Nunca tive a menor vocação para ser a boazinha, a certinha. Nunca prestei atenção nas etiquetas sociais, muitas vezes deixo a educação esquecida em algum canto. Mas o que me encanta é defenestrar tudo que é monótono, repetitivo, sem surpresas. Defenestrar, ah! Como eu adoro o termo "defenestrar" - significa atirar pela janela, para mim é como dizer "jogar fora de uma vez e depressa - com displicência".

Nunca morou ninguém na casa da Dona Perfeitinha, aqui era só um tipo de guarda-roupa...

A lua tem quatro faces - eu tenho só três, e não se alternam religiosamente como as lunares.

Tem a face "Dona Onça Pintada" - Solitária, raramente ataca humanos. Na corrida não é tão veloz como outros felinos, mas é muito forte: tem a mordida mais forte entre todos os felinos do mundo e é o único capaz de perfurar o casco de uma tartaruga.

Tem a face "Dona Águia" - Tem um topete que "valha-me Deus", solitária, pois voa alto (as galinhas e os patos, por exemplo, costumam ter muito mais amigos), enxerga longe e  é uma predadora tremendamente eficaz, com garras mais compridas que as de um urso-cinzento.  Consegue levantar um carneiro ou esmigalhar um cérebro humano. Acho que isso pode ter alguma relação com o fato de a águia já ter sido o símbolo da alma humana.

Tem a face "Dona Mula Empacada" - Não é preciso dizer que é a minha melhor face. Só uma perguntinha: você já levou um coice de mula?

Quem me procura nunca sabe qual das três faces vai encontrar - aviso que eu também não sei. Só sei que não tem ninguém na casa da Dona Perfeitinha.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eu tava à toa. Acho que foi aí que tudo começou

Nunca demorei tanto para escrever tão poucas palavras. Acho que não. 

Foram vários pedidos para que eu escrevesse,  de diferentes bocas e formas, com diferentes argumentos. Mas todos pediam para que eu escrevesse uma mesma coisa: o que se passa na minha cabeça. E esse é o problema.

Primeiro, porque eu não fui treinada para escrever sobre o meu conteúdo (como repórter e editora o objetivo era a fidelidade sem comentários ao conteúdo alheio). 

Segundo, porque eu não conheço o meu conteúdo - se conheço, terei que admitir que tenho medo de abrir a minha "Caixinha de Pandora".

Mas enfim... vou escrever. Claro que não sem buscar antes um respaldo em Fernando Pessoa:


XV - As Quatro Canções

As quatro canções que seguem
Separam-se de tudo o que eu penso,
Mentem a tudo o que eu sinto,
São do contrário do que eu sou ...

Escrevi-as estando doente
E por isso elas são naturais

E concordam com aquilo que sinto,
Concordam com aquilo com que não concordam ...
Estando doente devo pensar o contrário
Do que penso quando estou são.
(Senão não estaria doente),
Devo sentir o contrário do que sinto
Quando sou eu na saúde,
Devo mentir à minha natureza
De criatura que sente de certa maneira ...
Devo ser todo doente — idéias e tudo.
Quando estou doente, não estou doente para outra cousa.
Por isso essas canções que me renegam
Não são capazes de me renegar
E são a paisagem da minha alma de noite,
A mesma ao contrário ...

(O Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro)



Amanhã, eu continuo. Acho que este poema de Pessoa já é suficiente para meditar por muito tempo. Dependendo do seu ritmo e profundidade, por anos - como eu fiz.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Eu tava à toa e continuo à toa

Eu continuo à toa.
Não por querer.
Não por precisar.
Mas por, no momento, não poder fazer quase nada.
Então, vou tentar transformar essa "atoabilidade" (como diria o Tite, técnico do Corinthians) em algo que, se não for útil para ninguém, pelo menos  possa distrair alguém - mesmo que esse alguém seja só eu.

sábado, 17 de dezembro de 2011

O livro que ia começar do avesso e foi por água abaixo

Não sei bem os motivos que me levaram, ou constrangeram a escolher as letras como uma das ferramentas de trabalho.

Creio que a opinião dos outros tenha tido um peso muito grande. Professores, colegas de escola, e, claro, a imparcialíssima opinião de mamãe (Oh! Como você escreve bonito, minha filha...).

Mas a verdade é que o mundo profissional também achou que eu manuseava a contento o teclado da minha poderosa Remington.

Isso foi criando em mim um pequeno e tímido sonho: ser escritora. Sozinha, depois que o mundo ia dormir - naquele tempo o mundo tinha hora para ir dormir e ia mesmo - eu tirava a tampa da minha máquina de escrever portátil (trabalhei muito para conseguir comprar!) e com todo cuidado e carinho ia escolhendo as palavras do que eu sonhava que um dia pudesse se tornar o meu livro.

Demorei muito tempo até concluir o último, ou o primeiro capítulo, já que o livro começaria pelo último capítulo.

Seria uma história contada de trás pra frente. Meu leitor saberia como terminou a vida do personagem central e depois ia descobrindo cada sonho que perdeu, os erros que cometeu, suas vitórias, como aprendeu a amar e odiar, como aquele rosto adquiriu cada ruga... tudo em ordem cronológica inversa.

Do alto dos meus 18 anos, na plenitude dos Anos Rebeldes, sentindo a liberdade pulsar em minha alma, eu queria ensinar o que nunca ninguém havia me ensinado, queria explicar o que não sabia, mas que sentia, como um animal selvagem, a quem o instinto põe em alerta contra qualquer perigo, mesmo que desconhecido.

Vai daí que eu resolvi pedir uma opinião sobre minhas escrivinhações. Mostrei o texto para minha irmã. Ela pareceu ler atentamente e ao final, me estendeu de volta minhas preciosas páginas e pontificou: "Parece Machado de Assis."

Dobrei cuidadosamente as folhas, guardei-as dentro do caderno onde escrevia meus versos, ao qual ninguém tinha acesso e ali elas dormiram muitos anos. Continuei a escrever meus versos, meus contos e minhas prosas, naquele caderno onde minha alma se abria e transformava em palavras risos e dores, sonhos e frustrações.

No começo deste século minha vida real começou a ficar muito parecida com o primeiro ou último, ou único capítulo do livro. Nele, a personagem central passava os dias sentada, com os olhos fixos na linha do horizonte esperando que o leitor fechasse o livro. Então, numa noite, as águas do Rio Jaguari Mirim envolveram silenciosamente o meu caderno e "o meu livro".

Sei que, de repente, se alguém que conhece a obra de Machado de Assis ler esta postagem vai achar que sou uma idiota arrematada, porque Machado de Assis é ótimo. Então vou fazer uso do direito de defesa antecipado.

Eu gosto de Machado de Assis, sempre gostei, mas eu era a única entre todos os meus amigos. Eu lia as obras dele porque adorava ler e quando o professor de português mandava a classe ler um livro dele, para mim era muito bom ou uma gostosa releitura, mas para a turma - de modo geral - era uma tortura.
Eu definitivamente não estava querendo entrar para o rol dos torturadores, por mais que simpatizasse com eles.

Bem, toda essa prosa tem dois motivos:

1 - Só peça a opinião dos outros depois que já tiver tomado sua própria decisão e esteja bem seguro dela.

2 - Não jogue nada nos rios, isso é errado e muito feio. É ecologicamente incorreto e os peixes não sabem ler.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eu tava mesmo à toa...

Quando notei, havia um cateter me prendendo a um concentador de oxigênio - 20 hs por dia...
Agora que já não estou à toa. Meu desafio é resgatar minha saúde, íntegra, capaz de me levar a viver mais 30 ou 40 anos - não sei ao certo quanto quero viver ainda. Ao longo dos dias vou relatando minhas aventuras a quem possa interessar. beijos

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Militares liberam o tráfico no Egito

"...continuavam na Praça Tahrir, no centro do Cairo, palco dos protestos das últimas semanas.


O tráfico de veículos fluía com poucos obstáculos na área, onde nas últimas semanas se concentraram milhares de manifestantes que derrubaram na sexta-feira o presidente Hosni Mubarak."

Do Portal G1, com agências internacionais - 14/02/2011 09h31 - Atualizado em 14/02/2011 09h51



---- Não adianta, eu adoro essas coisas. Acho que leio notícias mais para rir do que para me informar....